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Escola Politécnica Cenib

Requisitos Básicos de Proteção Radiológica, Segundo a CNEN.

Justificação

Nenhuma prática ou fonte associada a essa prática será aceita pela CNEN, a não ser que a prática produza benefícios, para os indivíduos expostos ou para a sociedade, suficientes para compensar o detrimento correspondente, tendo-se em conta fatores sociais e econômicos, assim como outros fatores pertinentes.

As exposições médicas de pacientes devem ser justificadas, ponderando-se os benefícios diagnósticos ou terapêuticos que elas venham a produzir em relação ao detrimento correspondente, levando-se em conta os riscos e benefícios de técnicas alternativas disponíveis, que não envolvam exposição.

Com exceção das práticas com exposições médicas justificadas, as seguintes práticas não são justificadas, sempre que, por adição deliberada de substâncias radioativas ou por ativação, resultem em aumento de atividade nas mercadorias ou produtos associados:

  • as práticas que envolvam alimentos, bebidas, cosméticos ou quaisquer outras mercadorias ou produtos destinados a ingestão, inalação, incorporação percutânea ou aplicação no ser humano;
  • as práticas que envolvam o uso frívolo de radiação ou substâncias radioativas em mercadorias ou produtos, estando incluídos, desde já, brinquedos e objetos de joalheria ou de adorno pessoal;
  • exposições de pessoas para fins de demonstração ou treinamento.

Otimização

Em relação às exposições causadas por uma determinada fonte associada a uma prática, salvo no caso das exposições médicas, a proteção radiológica deve ser otimizada de forma que a magnitude das doses individuais, o número de pessoas expostas e a probabilidade de ocorrência de exposições mantenham-se tão baixas quanto possa ser razoavelmente exeqüível, tendo em conta os fatores econômicos e sociais. Nesse processo de otimização, deve ser observado que as doses nos indivíduos decorrentes de exposição à fonte devem estar sujeitas às restrições de dose relacionadas a essa fonte.

Nas avaliações quantitativas de otimização, o valor do coeficiente monetário por unidade de dose coletiva não deve ser inferior, em moeda nacional corrente, ao valor equivalente a US$ 10000/pessoa.sievert.

A menos que a CNEN solicite especificamente, a demonstração de otimização de um sistema de proteção radiológica é dispensável quando o projeto do sistema assegura que, em condições normais de operação, se cumpram as 3 (três) seguintes condições:

  • a dose efetiva anual média para qualquer IOE não excede 1 mSv;
  • a dose efetiva anual média para indivíduos do grupo crítico não ultrapassa 10 ?Sv;
  • a dose efetiva coletiva anual não supera o valor de 1 pessoa.Sv.

Como condição limitante do processo de otimização da proteção radiológica em uma instalação, deve ser adotado um valor máximo de 0,3 mSv para a restrição da dose efetiva anual média para indivíduos do grupo crítico, referente à liberação de efluentes.

Os efeitos cumulativos de cada liberação anual de qualquer efluente devem ser restringidos de forma que seja improvável que a dose efetiva, em qualquer ano, exceda o limite de dose aplicável. Devem-se levar em conta os indivíduos a qualquer distância da fonte, abrangendo as gerações atuais e futuras, as liberações acumuladas e as exposições decorrentes de todas as demais fontes e práticas pertinentes, submetidas a controle.

Limitação de dose individual

A exposição normal dos indivíduos deve ser restringida de tal modo que nem a dose efetiva nem a dose equivalente nos órgãos ou tecidos de interesse, causadas pela possível combinação de exposições originadas por práticas autorizadas, excedam o limite de dose especificado na tabela a seguir, salvo em circunstâncias especiais, autorizadas pela CNEN. Esses limites de dose não se aplicam às exposições médicas.

Tabela de Limitação de Dose (Baixe aqui)!!!

Radioatividade

Existem na Natureza alguns elementos fisicamente instáveis, cujos átomos, ao se desintegrarem, emitem energia sob forma de radiação. Dá-se o nome radioatividade justamente a essa propriedade que tais átomos têm de emitir radiação.

O urânio-235, o césio-137, o cobalto-60, o tório-232 são exemplos de elementos fisicamente instáveis ou radioativos. Eles estão em constante e lenta desintegração, liberando energia através de ondas eletromagnéticas (raios gamas) ou partículas subatômicas com altas velocidades (partículas alfa, beta e nêutrons). Esses elementos, portanto, emitem radiação constantemente.

A radioatividade foi descoberta pelos cientistas no final do século passado. Até aquela época predominava a idéia de que os átomos eram as menores partículas de qualquer matéria e semelhantes a esferas sólidas. A descoberta da radiação revelou a existência de partículas menores que o átomo: os prótons e os nêutrons, que compõem o núcleo do átomo, e os elétron, que giram em torno do núcleo. Essas partículas, chamadas de subatômicas, movimentam-se com altíssimas velocidades.

Descobriu-se também que os átomos não são todos iguais. O átomo de hidrogênio, por exemplo, o mais simples de todos, possui 1 próton e 1 elétron (e nenhum nêutron). já o átomo de urânio-235 conta com 92 prótons e 143 nêutrons.

Os elementos radioativos, quando bem manipulados, podem ser úteis ao seres humanos. O césio-137, por exemplo, é muito utilizado em tratamento de tumores cancerosos.

A humanidade convive no seu dia-a-dia com a radioatividade, seja através de fontes naturais de radiação (os elementos radioativos que existem na superfície da Terra ou os raios cósmicos que vêm do espaço), seja pelas fontes artificiais, criadas pelo próprio homem: o uso de raios X na medicina, as chuvas de partículas radioativas produzidas pelos testes de armas nucleares, etc.

Os efeitos da radioatividade no ser humano dependem da quantidade acumulada no organismo e do tipo de radiação. A radioatividade é inofensiva para a vida humana em pequenas doses, mas, se a dose for excessiva, pode provocar lesões no sistema nervoso, no aparelho gastrintestinal, na medula óssea, etc., ocasionando por vezes a morte (em poucos dias ou num espaço de dez a quarenta anos, através de leucemia ou outro tipo de câncer).

Existem vários tipos de radiação; alguns exemplos: partículas alfa, partículas beta, nêutrons, raios X e raios gama. As partículas alfa, por terem massa e carga elétrica relativamente maior que as outras citadas, podem ser facilmente detidas, até mesmo por uma folha de papel; elas em geral não conseguem ultrapassar as camadas externas de células mortas da pele de uma pessoa, sendo assim praticamente inofensivas. Entretanto, podem ocasionalmente penetrar no organismo através de um ferimento ou por aspiração, provocando lesões graves. Sua constituição é de núcleos de Hélio, dois prótons e dois nêutrons, podendo ser representadas por 42 a

Possuem as seguintes características:

  • Velocidade inicial variando de 3000 a 30 000 km/s (velocidade média em torno de 20 000 km/s ou 5% da velocidade da luz)
  • Pequeno poder de penetração. São detidas por uma camada de 7 cm de ar, uma folha de papel ou uma chapa de alumínio, com 0,06 milímetros de espessura. ao incidir sobre o corpo humano, são detidas pela camada de células mortas da pele, podendo, no máximo, causar queimaduras.

Já as partículas beta são capazes de penetrar cerca de um centímetro nos tecidos, ocasionalmente danos à pele, mas não aos órgãos internos, a não ser que sejam engolidas ou aspiradas. As partículas beta são semelhantes aos elétrons, possuem massa desprezível e carga elétrica (relativa) igual a -1. São portanto, representados por  0-1 b

Possuem as seguintes características:

  • Velocidade inicial variando entre 100 000 e 290 000 km/s, ou seja, até 95% da velocidade da luz.
  • Médio poder de penetração. São de 50 e 100 vezes mais penetrantes que as partículas alfa. Atravessam alguns metros de ar e até 16 mm de madeira. São detidas por lâminas de alumínio com 1cm de espessura ou por lâminas de chumbo com espessura maior que 2mm. Ao incidirem sobre o corpo humano, podem penetrar até 2cm e causar sérios danos.

Os raios gama e os raios X são extremamente penetrantes, podendo atravessar o corpo humano, sendo detidos somente por uma parede grossa de concreto ou metal.As radiações gama são semelhantes ao Raios X. Não possuem massa e nem carga elétrica, são portanto representados por  00 g

Possuem as seguintes características:

  • Velocidade igual à velocidade da luz, ou aproximadamente 300 000 km/s.
  • Alto poder de penetração. os raios gama são mais penetrantes que os raios X, pois possuem comprimentos de onda bem

menores, variando entre 0,1e 0,001 angstrons. Atravessam milhares de metros de ar, até 25 cm de madeira ou 15 cm de espessura de aço. São detidos por placas de chumbo com mais de 5cm de espessura ou por grossas paredes de concreto. Podem atravessar completamente o corpo humano causando danos irreparáveis.

Ser atingido por radiação é algo sutil e impossível de ser percebido imediatamente, já que no momento do impacto não ocorre dor ou lesão visível. Bem diferente de ser atingido por uma bala de revólver, por exemplo, cujo efeito destrutivo é sentido e contatado na hora.

A radiação ataca as células do corpo individualmente, fazendo com que os átomos que compõem as células sofram alterações em sua estrutura. As ligações químicas podem ser alteradas, afetando o funcionamento das células. Isso, por sua vez, provoca com o tempo conseqüências biológicas no funcionamento do organismo como um todo; algumas conseqüências podem ser percebidas a curto prazo, outras a longo prazo.; às vezes vão apresentar problemas somente os descendentes (filhos, netos) da pessoa que sofreu alguma alteração genética induzida pela radioatividade.

A origem da profissão de técnico de radiologia no Brasil.

O sonho dos Técnicos em Radiologia do Brasil tornou-se realidade, esta gloriosa iniciou-se em 1975 quando o Deputado Federal Dr. Gomes do Amaral deu entrada na Câmara dos Deputados Federais, após muitas lutas com ida e volta do Processo, foi aprovado pela Câmara dos Deputados Federais, encaminhando para o Congresso Federal, onde iniciamos o trabalho, pontificando-se a figura do Sr. Jair Pereira da Silva, presidente da Associação dos Técnicos do Estado de Goiás, que politicamente conseguiu amizades com as mais iminentes figuras da Política local e de Brasília, principalmente o Sr. Senador da República Henrique Santílo e seus assessores diretos, custou a Jaír 5 anos de trabalho sem esmorecimento com viagens à Brasília com prejuízos particulares,problemas com família além de gastos acima de 22 milhões de cruzeiros sem ajuda da Associação do seu Estado em algumas vezes, no mais os gastos foram sempre pessoais, os gastos foram com viagens, estadias, alimentação, telefonemas, papéis, honorários Advocatícios, combustível, etc. No ano de 1980 até a presente data foi à Brasília mais de 70 vezes num total de mais de 40 mil kilômetros, além das viagens à São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador e outras cidades onde efetuou palestras sobre a Profissão e a luta contínua, já tendo indicado os trabalhos das minutas do Projeto que regulamente à Lei 7.394, que foi sancionada pelo Excelentíssimo Senhor Presidente da República Dr. José Sarney e pelo Excelentíssimo Senhor Ministro do Trabalho Dr. Almir Pazzianoto dia 29 de outubro de 1985.
O Projeto foi entregue e protocolado no Ministério do Trabalho dia 28 de Novembro de 1985 pelos srs. Jaír Pereira da Silva e Aristides Negretti – Presidente da FATREB. O trabalho de execução da minuta Jair com algumas ajudas do Departamento Jurídico Trabalhista do PMDB Goiano e pelo colega Donato Durão de Brasília, o referido ante-Projeto após estudado pelo M. do Trabalho vai para sanção do Presidente da República (vai implantar o Conselho Federal e Regionais dos Técnicos em Radiologia do Brasil) formação de Escolas de acordo com a Lei aprovada.
Após tanto trabalho e sacrifício e até vexames cruêntes, – só nos resta que a Família dos Técnicos em Radiologia do Brasil lhe extenda as mãos na maior gratidão possível.

Primeira aula de Radiologia no Brasil

O Dr. José Gonçalves cedeu, por empréstimo, uma rara e preciosa obra, datada de 1904, intitulada RADIOLOGIA CLÍNICA, de autoria do Professor João Américo Garcez Fróes, Médico e Farmacêutico, Professor da Faculdade de Medicina e da Faculdade Livre de Direito da Bahia. Esse pequeno livro retrata as lições proferidas pelo Professor, no ano de 1903, aos alunos da terceira série do curso da Faculdade de Medicina, lições, aliás, já publicadas na Gazeta Médica da Bahia.

Como não se tem registro de outras aulas de Radiologia, proferidas naquela ou em outras Faculdades, conclui-se que, se esta não for a primeira, certamente será uma delas.

Para que o leitor possa vivenciar melhor a época do Curso em pauta, decidimos publicar as lições com a grafia portuguesa de então, o que ajudará os mais antigos a recordar seus tempos de bancos escolares e, aos mais novos, entrar em contato com a língua pátria de antanho e, lógico, com os limitados conhecimentos da especialidade, vez que o fato se deu apenas sete anos depois da comunicação de Roentgen sobre sua descoberta. Certamente a leitura será enfadonha, mas se trata de um fato histórico que não pode deixar de ser registrado.

Os Primórdios da Radiologia médica do Brasil

O ensino da Radiologia brasileira começou com o curso ministrado pelo professor Roberto Duque Estrada, em 15 de julho de 1916, em 30 lições teórico- práticas, ilustradas com material selecionado do arquivo do Gabinete de Radiologia da Santa Casa. Anos depois, novas instalações enriqueciam o Gabinete de Radiologia da Faculdade de Medicina, transformando-o em um dos grandes patrimônios da história da Radiologia carioca. A partir dos anos 30 a Radiologia se estabiliza no Rio. Na área de ensino, o curso do professor Duque Estrada já contava com a assistência de um jovem radiologista na época: Nicola Caminha. Outras duas escolas de Radiologia já estavam aparecendo, com dois notáveis mestres. Manoel de Abreu, na Faculdade de Ciências Médicas e José Guilherme Dias Fernandes na Faculdade de Medicina do Instituto Hahnemaniano (atual Hospital Gaffrée Guinle) e depois na Escola de Medicina e Cirurgia. A Escola de Medicina e Cirurgia foi inaugurada em 1921, e em 1932 criou a primeira cátedra do país em Radiologia.

Antes do aparecimento das primeiras cátedras nas faculdades, o aprendizado da prática radiológica só existia nos serviços de Radiologia das cadeiras de clinicas médicas ,principalmente as da Faculdade Nacional, espalhadas na Santa Casa da Misericórdia, Hospital Moncôrvo Filho e Hospital São Francisco de Assis.

Na década de 40, Nicola Caminha já era conhecido pelo curso de especialização que ministrava semanalmente em seu consultório. Paralelamente, Emilio Amorim montava o seu primeiro consultório e já recebia diversos colegas para troca de idéias sobre laudos . Em 1948, inicia a residência médica em seu novo consultório, ensinando a jovens médicos de diversos estados. O primeiro aluno foi o radiologista Dirceu Rodrigues, do Paraná. Nessa época, os médicos clínicos criaram o hábito de freqüentar os consultórios de Emilio Amorim e Nicola Caminha, para pedir opinião, esclarecer dúvidas e discutir casos.

No começo da década de 50 aparecem os institutos de pensões e aposentadorias, que teriam um papel fundamental no treinamento dos jovens radiologistas. Os chefes dos serviços dos hospitais desses institutos permaneceram em seus cargos por mais de 20 anos. No IAPI , indústria, o professor José Guilherme Dias Fernandes; no IAPC, comerciários, Amarino Carvalho de Oliveira ;IAPETEC, transportes, Júlio Pires Magalháes ; IPASE, funcionários públicos Nicola Caminha, e IAPB, bancários, Emilio Amorim.

No Hospital dos Servidores do Estado, Nicola Caminha inaugurou o primeiro programa de residência médica do país em Radiologia. Outros hospitais também instalaram programas pioneiros ,como o Hospital de Ipanema), Hospital do IAPETEC, (atual Hospital geral de Bonsucesso)e o Hospital dos Bancários, hoje Hospital da Lagoa.

Armando Amoêdo lembrou que a partir dos anos 50, o ensino da Radiologia se dividia entre os grupos do Dr. Amorim e Caminha. Eles participavam também de diversas atividades cientificas na cidade e em todo o Brasil.

O curioso é que cada um dos colegas tinha uma determinada vocação para um assunto específico, o que constituía na época um fato singular e incomum. Assim, o Dr. Rodolfo Roca era especialista em pulmão, do mesmo modo que o Dr. Amarino. Ubirajara Martins fazia a parte do tubo digestivo, o mesmo ocorrendo com Hermilo Guerreiro, Valdir de Lucae Felício Jahara, que dedicavam-se a exames do crânio, enquanto Alberto Álvares e José Raimundo Pimentel cuidavam do esqueleto.

O curso de especialização do professor Caminha se tornou o primeiro em pós-graduação em Radiologia do país, com o reconhecimento oficial do Ministério da Educação. Em 60 passa a ser realizado pela PUC e entra em nova fase.

Nos anos 60 aparece no cenário da Radiologia brasileira a figura de Abércio Arantes Pereira. Desde 1968, se consagrou como um dos principais radiologistas da área de ensino, dirigindo o Instituto Estadual de Radiologia Manoel de Abreu. e depois o Serviço de Radiologia do Hospital do Fundão.
Em 72 é criado o Departamento de Radiologia e logo depois o professor Lopes Pontes, diretor da Faculdade de Medicina, nomeia Nicola Caminha como chefe. Abércio Arantes Pereira ficou como responsável pelas disciplinas do Departamento de Radiodiagnóstico, José Clemente Magalhães Pinto, pela Medicina Nuclear e Walter Azevedo, coordenador das atividades didáticas. Após prestar concurso público, Nicola Caminha tornou-se o primeiro professor titular do Departamento, em 1974. No ano seguinte, foram aprovados no concurso para livre docência os professores Abércio Arantes Pereira, Fernando de Souza Penna, Otacílio do Carmo Resende, Waldemar Kischinhevsky, Walte Azevedo, José Clemente Magalhães Pinto e Lenine Fenelon Costa. A primeira tese de Mestrado em Radiologia foi defendida por Hilton Augusto Koch, em 77, que assumiu a direção do Departamento, em 1994. O departamento só iria se transferir para o Hospital do Fundão em 1978.

Em 1980, Camillo Abud substitui Nicola Caminha, devido a aposentadoria do mestre. No ano seguinte Abércio Arantes Pereira foi eleito chefe do Departamento e logo depois se tornou o segundo professor titular de Radiodiagnóstico. Em 87,José Clemente Magalhães Pinto assume como o primeiro professor titular em Medicina Nuclear.

A Mesa de um aparelho de Tomografia

A mesa de uma aparelho de TC é regulável em altura e profundidade em relação ao gantry para facilitar a colocação e a centralização do paciente no gantry. A coordenação entre os movimentos da mesa e o gantry deve ser perfeita, uma vez que cada aquisição de dados para gerar a imagem de um corte é feita após um pequeno deslocamento da mesa. O sentido de deslocamento da mesa será pré-fixado de acordo com a programação dos planos de corte definidos para o estudo desejado.

A mesa permite utilizar acessórios para melhor acomodação do paciente em função da região, de maneira que ele fique o mais estático e confortável possível durante a aquisição dos dados para a geração dos dados para a geração da imagem. A mesa deve ser fabricada de material resistente para suportar o peso do paciente rígido o suficiente para não flexionar à medida de que se desloca para dentro da abertura do gantry.

O material de confecção da mesa deve apresentar pouca atenuação do feixe de raios X para não inferir na reconstrução da imagem nem gerar o aparecimento de artefatos. As mesas dos aparelhos de TC apresentam um limite de carga e esse limite deve ser respeitado. Em aparelhos mais recentes o limite de carga da mesa na faixa de 200kg. Por isso, pessoas que apresentam massa corporal maior que o limite de carga estabelecido pelo fabricante ficam impossibilitada de fazer esse tipo de exame.

O comprimento máximo de varredura de um aparelho de TC está entre 140cm e 170cm, mas o limite máximo de varredura também depende do tempo de funcionamento contínuo do tubo de raios X, que nem sempre permite a varredura de toda a extensão possível da mesa. Por essa razão, o paciente deve ser posicionado na mesa de acordo com a região que se deseja fazer a varredura. Para as regiões superiores do corpo o paciente deve ser posicionado com a cabeça voltada para o gantry e, para os membros inferiores, faz-se o processo inverso de acomodação.

O que é Gantry ??

O gantry é o maior componente da instalação de um aparelho de TC. É um dispositivo em formato de uma enorme rosca e em seu interior encontram-se instalados o tubo gerador do feixe de raios X, os detectores, colimadores de feixe, conversor analógico digital, fontes e componentes mecânicos necessários para as movimentações de varredura que possibilitam a aquisição de dados, além de parte do sistema eletrônico utilizado no controle desses elementos.

Normalmente o gantry que possibilita inclinação de +30° e -30° em relação ao eixo vertical. Na parte frontal do gantry costuma ter um painel de comandos manuais que possibilita alguns controles, como a movimentação da mesa, a angulação do gantry, a ativação dos eixos de centralização, o deslocamento da mesa para o interior do gantry. A regulagem da altura da mesa, a escolha do nível de início do estudo e o botão para desconexão de emergência.

Além dos botões de comando, existem marcadores digitais capazes de informar a angulação do gantry em graus e, a partir do ponto zero, a posição em que se encontra a mesa com o paciente, medida em milímetros. O posicionamento do paciente em relação ao gantry é realizado com os eixos luminosos, vertical e horizontal, com os quais se pode situar o paciente de acordo com a exploração desejada. Existe um sistema de megafonia que permite ao operador instruir o paciente durante o exame e ou comunicar-se como ele, se necessário.

Termos Usados em uma Sala de Tomografia

Algarismo de reconstrução – Função matemática para realçar ou suprimir os dados coletados. Os aparelhos dispõem de vários algarismos, que podem ser selecionados com base na estrutura anatômica e qualidade da
imagem desejada.

Anterior – Representado pela letra “A” nas imagens, indica a parte anterior do corpo; freqüentemente aparece nas reconstruções.

Área (Fov) – Campo de visão – É o diâmetro de apresentação das imagens adquiridas. (Quanto maior o seu tamanho, mais estruturas são visualizadas, porém em tamanho menor).

Artefato – Representação na imagem que não se origina das estruturas do corpo do paciente. Os artefatos da TC são causados por movimento do paciente, meios de contraste, processamento da TC ou falte de calibração do equipamento.

Axial – É o plano habitual dos cortes tomográficos que divide o corpo em parte superior e inferior (plano transversal).

Bomba injetora – Equipamento que realiza a injeção do meio de contraste por via arterial ou venosa. Por meio de punção venosa é ligada por um cateter a uma seringa com contraste, que está conectada ao equipamento em que está planejada a velocidade, quantidade e delay para esta injeção.

Calibração – O processo é característico ao equipamento de TC. Pode mensurar o ar ou realizar testes apropriados com phantons. A calibração mensura as variações da intensidade do feixe e ou da resposta do detector
para obter homogeneidade no campo de visão e números de TC (escala HU).

Coronal – É um plano utilizado nos cortes tomográficos para estudos complementares de algumas regiões, dividindo o corpo em anterior e posterior. Podemos ter reformatações de imagens axiais em coronais.

Delay – É o tempo de espera para iniciar aquisição de imagens após o início de injeção do meio de contraste venoso.

Detectores – Existem dois tipos de detector: os de ionização a gás e os decintilação. O número de elementos do detector varia segundo o tipo e a marca do equipamento utilizado. Os detectores ativos são posicionados ao
lado oposto da fonte de raios X dispostos em um arco ou em torno da circunferência de abertura. Os detectores capturam e convertem fótons de raios X em sinais elétricos. Quanto mais detectores por grau de arco ou
circunferência são usados a cada projeção, maior a resolução.

Escanograma – Imagem digital radiológica para se realizar o planejamentodos cortes. Pode ser de frente ou perfil,  com características iguais às dos raios X, também chamada de Imagem Piloto, Topograma ou Scout.

Feet First – Indica que os pés do paciente estão posicionados primeiro em relação ao gantry.

Filtro – Proporciona o estudo específico dos tecidos dando-lhes maiores características de evidência nas imagens.

Gantry – É o alojamento dos principais componentes do equipamento de TC, que são os tubos de raios X, detectores, motores etc., “túnel de posicionamento do paciente”.

Head First – Indica que o paciente está posicionado com a cabeça em direção ao gantry.

Incremento – É o deslocamento que a mesa realiza após um corte.

Left – Representado pela letra “L”. Indica o lado esquerdo do corpo; freqüentemente aparece nas imagens axiais.

Matriz – É composta de pixels dispostos em colunas e linhas. Quanto mais pixels (ou quanto maior o tamanho da matriz), melhor a qualidade da imagem.

Pitch – É a relação entre o deslocamento da mesa e a espessura de corte em TC helicoidal. Quanto maior esta relação menor o tempo de exame, menos exposição aos raios X e menos qualidade de imagem.

Posterior – Representado pela letra “P” nas imagens, indica a parte posterior do corpo, principalmente nas imagens axiais.

Prone – Indica que o paciente está posicionado em decúbito ventral.

Right – Representado pela letra “R” indica o lado direito do corpo; freqüentemente aparece nas imagens axiais.

Slice – É a espessura do corte adquirido, que pode ser de 0,5mm a 10mm (1cm). É o tamanho da amostra de fatia do corpo.

Supine – Indica que o paciente está posicionado em decúbito dorsal.

Voxel – elemento de volume tridimensional da imagem.

Termos Usados em uma sala de RX.

Ai Vai alguns termos que são usados dentro de uma sala de exames.

Uma Boa dica para quem vai começar o estágio.

Cabeçote do equipamento-Local em que se encontra a ampola (tubo) de raios x, onde se produz a radiação propriamente dita.

Sistema de colimação interna do feixe– Responsável pela adequação do tamanho do campo, redução do efeito penumbra e da radiação espalhada.

Feixe primário-Assim chamado por ser o feixe que sai da ampola e que irá interagir com o paciente.

Faixa de compressão do paciente– Usada para adequar a espessura do paciente e melhorar a qualidade da imagem, pela redução da radiação espalhada.

Mesa de exames– Local onde são colocados, além do paciente, alguns acessórios, tais como o porta-chassi, a grade
antidifusora e o filme radiográfico.

Grade antidifusora– Responsável pela redução dos efeitos de borramento da radiação espalhada na imagem radiográfica.

Filme Radiográfico– Elemento sensível à radiação, colocado em um invólucro metálico protegido da luz, chamado
chassi.

Porta-chassi– Estrutura metálica onde é colocado o chassi que contém o filme.

Radiação Secundária– É toda a radiação que não é proveniente do feixe principal, resultante da interação do feixe principal com a matéria (paciente, mesa, chassis, grade, cabeçote, etc.).

Estativa-É a coluna ou o eixo onde está preso o cabeçote.Pode ser do tipo pedestal, preso ao chão, ou do
tipo aéreo, fixado ao teto. Normalmente possui um trilho para que possa se movimentar.

Tipos de Equipamentos de RX.

Atualmente, existem vários tipos de equipamentos radiográficos produzidos por inúmeras empresas espalhadas pelo mundo. Todos os equipamentos possuem os mesmos componentes básicos e funcionam segundo o mesmo princípio de produção e detecção ou registro da imagem. A tecnologia digital de registro e armazenamento das imagens geradas está ocupando o espaço do filme radiográfico, permitindo o tratamento de imagens e o envio das mesmas para locais distantes da sala de exames para análise por profissionais da aérea radiológica. O que varia nos equipamentos é a forma, tamanho, capacidade de produção de raios X e alguns mecanismos ou acessórios que permitem maior flexibilidade no uso do aparelho, além, da questão da qualidade da imagem e da dose de radiação que o paciente se expõe.

fixoEquipamento Fixo

Os equipamentos fixos, pela própria classificação, são aqueles que não podem ser retirados do local onde foram instalados. Necessitam, pois, de uma sala exclusiva para sua utilização, com suprimento adequado de energia, espaço para movimentação do paciente, técnico e equipe de enfermagem, local reservado para o operador controlar o equipamento à distância, armários para a guarda de acessórios, mesa onde se realizam os exames, entre outros requisitos. Para clínicas e hospitais, é o equipamento mais utilizado, quando realmente há uma grande demanda de exames diários. O equipamento fixo possui várias formas e tamanhos, podendo ser fixo ao chão por um pedestal ou ser preso ao teto, com uma coluna retrátil. Existem muitos fabricantes em nível mundial e cada um procura diferenciar seu aparelho com alguma peculiaridade. Por isso é difícil identificar muitos pontos em comum nos diversos aparelhos radiográficos existentes, embora, todos eles permitam a realização de todas as técnicas radiográficas conhecidas.

MovelEquipamento Móvel

Muito semelhante em recursos, o equipamento radiográfico móvel é aquele que se constitui apenas do essencial para a realização de um exame radiográfico. Assim, é dispensada a mesa de exames e os controles do equipamento estão fisicamente juntos com a unidade geradora de radiação. A unidade pode ser então transportada facilmente através de um sistema de rodas já embutida na estrutura, já que possui tamanho razoável. Para a realização do exame, utiliza-se geralmente a própria maca ou cama onde se encontra o paciente, ou até mesmo a cadeira em queele estiver sentado. A energia necessária para operação do equipamento é retirada da rede 127V ou 220V da própria sala onde será realizado o exame, mediante uma tomada comum na parede. A capacidade de realização de exames é praticamente a mesma de um equipamento fixo. Embora tenha um custo bem menor que o equipamento fixo, o equipamento móvel não deve ser utilizado como um substituto deste. Até por que o equipamento móvel não tem capacidade para ser utilizado constantemente, realizando um exame após o outro. Além disso, a utilização do equipamento móvel pressupõe que a área onde ele será utilizado, uma UTI, por exemplo, deverá ser protegida com biombos de chumbo para que os demais pacientes não sejam irradiados.

Portatil- transporEquipamento Portátil

A diferença entre o equipamento móvel e o portátil está em duas características básicas: peso e capacidade de radiação, ou flexibilidade para realização de exames. No caso dos equipamentos portáteis, seu peso e tamanho são concebidos para que possa ser carregado por uma única pessoa, através de alças ou armazenado em uma valise. Assim, pode facilmente ser transportado nas ambulâncias ou mesmo no porta-malas de carros. Na realização de exames, o equipamento portátil tem capacidade para radiografar, normalmente, apenas as extremidades do corpo humano. Em contraposição, o equipamento móvel é muito utilizado para exames de tórax em unidades de tratamento intensivo, já que os pacientes não podem ser removidos até a sala de radiografia.