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Escola Politécnica Cenib

IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM EM UMA UNIDADE DE RADIOTERAPIA: ELABORAÇÃO DE INSTRUMENTO PARA REGISTRO (Parte 2)

Fonte: Vaz AF, Macedo DD, Montagnoli ETL, Lopes MHBM, Grion RC. Implementação do processo de enfermagem em uma unidade de radioterapia: elaboração de instrumento para registro. Rev Latino-am Enfermagem 2002 maio-junho; 10(3):288-97.

CONCLUSÕES
As fichas elaboradas têm facilitado a implantação do processo de enfermagem no ambulatório de radioterapia, apesar das dificuldades para a sua elaboração, as quais exigiram empenho, reuniões constantes e revisão da literatura pertinente. Com o seu uso, será possível o registro ordenado e conciso dos dados e a recuperação rápida de informações importantes para o planejamento e avaliação da assistência prestada.

Pretendemos avaliar a adequação do seu uso nas consultas de enfermagem por meio da análise retrospectiva dos prontuários e, futuramente, realizar pesquisas sobre os diagnósticos e problemas colaborativos mais frequentes a fim de elaborar protocolos de assistência de enfermagem em radioterapia.

Acredita-se que essa experiência foi válida não apenas para o hospital em questão, visto que se pretende reproduzi-la em outros ambulatórios, como o de quimioterapia, e também para outras instituições de saúde onde, devido à alta demanda, há necessidade de se lançar mão de instrumentos que facilitem tanto o registro como a recuperação de dados, visando à assistência de enfermagem autônoma, visível e de qualidade.

IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM EM UMA UNIDADE DE RADIOTERAPIA: ELABORAÇÃO DE INSTRUMENTO PARA REGISTRO (Parte 1)

Fonte: Vaz AF, Macedo DD, Montagnoli ETL, Lopes MHBM, Grion RC. Implementação do processo de enfermagem em uma unidade de radioterapia: elaboração de instrumento para registro. Rev Latino-am Enfermagem 2002 maio-junho; 10(3):288-97.

INTRODUÇÃO
Embora haja certa unanimidade em se considerar que o processo de enfermagem pode contribuir para a prática de enfermagem mais autônoma e com bases científicas, em nosso meio, poucas instituições o adotam e, quando o fazem, não consideram uma etapa importante do processo que é a conclusão da análise dos dados coletados, isto é, a fase diagnóstica.
Um dos motivos apontados é a resistência das enfermeiras em adotar esse método de trabalho e terminologias novas, o que acaba por influenciar toda a equipe de enfermagem. A resistência é ainda maior quando são utilizadas nomenclaturas diferentes das empregadas pela equipe de saúde, na tentativa de mudar a ênfase na função ou disfunção de um sistema orgânico específico (focus do diagnóstico médico) para a resposta do indivíduo ao problema de saúde (focus do diagnóstico de enfermagem).

“Muito frequentemente, os que se opõem aos diagnósticos de enfermagem exercem sua prática de modo isolado, como promotores primários de atendimento, não vendo necessidade dos diagnósticos em seu relacionamento enfermeiro-cliente. Se eles participam de intervenções terapêuticas, participam do tratamento dos fenômenos. Não
vêem necessidade de diagnósticos, embora necessitem analisar respostas que os dirigem para futuras intervenções. Se intervir não é parte do relacionamento enfermeiro-cliente, então, talvez não exista esse relacionamento. A enfermagem ajuda, ativamente, os clientes, as famílias ou as comunidades a reduzir ou eliminar problemas, a reduzir fatores de risco, a prevenir os problemas, e a promover estilos de vida mais saudáveis.

Os diagnósticos de enfermagem proporcionam à enfermagem uma estrutura para a organização de sua ciência. É, no
entanto, responsabilidade individual de cada enfermeira a aplicação do diagnóstico de enfermagem com cautela e cuidado”.

O Centro de Assistência Integral à Saúde da Mulher (CAISM), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da cidade de Campinas, SP, Brasil, é um hospital com cerca de 150 leitos, voltado para o atendimento em quatro diferentes especialidades: Ginecologia, Obstetrícia, Oncologia Ginecológica e Neonatologia. Desde 1991, o Programa de Educação Continuada tem promovido o estudo e discussão dos diagnósticos de enfermagem de acordo com a taxionomia da North American Nursing Diagnosis Association (Associação Norte-Americana dos Diagnósticos de
Enfermagem – NANDA), sendo que o primeiro serviço a implantar o processo de enfermagem, utilizando a classificação diagnóstica da NANDA, foi o de Neonatologia.

A partir de 1993, a Divisão de Enfermagem do CAISM, no planejamento de suas atividades bienais, considerou como uma das metas a implantação do processo de enfermagem. No entanto, foi em fevereiro de 1997 que ela passou a ser considerada prioritária e se iniciou um movimento para a sua implantação em todas as unidades Um dos locais onde as enfermeiras interessaram-se em implantar o processo, utilizando a taxionomia da NANDA e os problemas colaborativos(3), foi a Seção de Radioterapia (ambulatório). O objetivo da assistência de enfermagem nessa Seção é
identificar e monitorar os efeitos colaterais da radioterapia e complicações decorrentes da própria doença,  desenvolvendo ações educativas de promoção, prevenção e tratamento. Na Seção de Radioterapia, existiam
várias intervenções específicas realizadas pela enfermeira, mas, em virtude da alta demanda de atendimento, os registros dispendiam muito tempo, uma vez que eram realizados de forma descritiva. Por esse motivo, houve interesse em iniciar o processo de enfermagem nesse local, a fim de elaborar um plano assistencial específico e organizar o registro dos dados. Para isso, após um processo de capacitação das enfermeiras, foram elaborados impressos para a coleta e registro dos dados, que são apresentados e discutidos neste artigo.

55º Congresso do Hospital Universitário Pedro Ernesto – HUPE/UERJ “Além do Hospital de Ensino: a Universidade Pública na construção de um SUS mais justo”

Data: 22 a 25/08/2017 Terça a Sexta
Horário: 8:00 horas
Local: Hospital Universitário Pedro Ernesto-HUPE/UERJ
Boulevard 28 de Setembro, 77
Vila Isabel – Rio de Janeiro-RJ
Investimento:
Profissionais de nível médio, residentes e alunos da UERJ e de outras instituições
R$ 40,00 Até 10/07/2017
R$ 60,00 Até 10/08/2017
R$ 100,00 Até 18/08/2017
Alunos cotistas da UERJ (Inscrição condicionada à comprovação)
R$ 20,00 Até 10/07/2017
R$ 30,00 Até 10/08/2017
R$ 50,00 Até 18/08/2017
Profissionais de nível superior da UERJ e de outras instituições
R$ 60,00 Até 10/07/2017
R$ 80,00 Até 10/08/2017
R$ 120,00 Até 18/08/2017
Inscrições:
Hospital Universitário Pedro Ernesto-HUPE/UERJ
Website: congresso.hupe.uerj.br

Histórico da radiologia

Wilhelm Conrad Roentgen

A história da Radiologia começou em 1895 com a descoberta experimental dos raios-X pelo físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen. À época as aplicações médicas desta descoberta revolucionaram a medicina, pois havia se tornado possível a visão do interior dos pacientes. Com o passar dos anos, este método evoluiu e assumiu uma abrangência universal na pesquisa diagnóstica do ser humano.

A primeira radiografia foi realizada em 22 de dezembro de 1895. Neste dia, Roentgen pôs a mão esquerda de sua esposa Anna Bertha Roentgen no chassi, com filme fotográfico, fazendo incidir a radiação oriunda do tubo por cerca de 15 minutos. Revelado o filme, lá estavam, para confirmação de suas observações, a figura da mão de sua esposa e seus ossos dentro das partes moles menos densas.

No Brasil, a primeira radiografia realizada foi em 1896. A primazia é disputada por vários pesquisadores: SILVA RAMOS, em São Paulo; FRANCISCO PEREIRA NEVES, no Rio de Janeiro; ALFREDO BRITO, na Bahia; e físicos do Pará. Como a história não relata dia e mês, conclui-se que as diferenças cronológicas sejam muito pequenas.

 

Fonte: sociedade paulista de radiologia e imagem

A história de sucesso da mamografia (parte 2)

Fonte: KALAF, José Michel. Mamografia: uma história de sucesso e de entusiasmo científico. Radiol Bras. 2014 Jul/Ago;47(4):VII–VIII

ERA MODERNA

A Era Moderna, como ficou conhecida, conta com a contribuição de Price, Butler, Ostrum, Becker, Isard, Moskowitz, Sickles, Kopans, Homer, Tabár, e seus colaboradores, entre outros.

Em 1970, Price e Butler, utilizando écrans de alta definição e filmes industriais, obtêm grande sucesso na redução dos níveis de radiação. Neste aspecto, as empresas Kodak e a Dupont são responsáveis pela grande contribuição técnica.

Em 1974, Myron Moskowitz e seus colaboradores apresentam resultados preliminares sobre rastreamento mamográfico e chamam a atenção da comunidade médica a respeito da capacidade da mamografia em diagnosticar câncer minimante invasivo.

Em 1977, Sickles, Kunio Doi e Genant publicam os resultados sobre magnificação mamográfica, enfatizando a necessidade de adição permanente de novos dispositivos nos aparelhos de mamografia, tamanha a sua importância. Sickles insiste na capacitação técnica e no constante aprimoramento. Enfatiza a necessidade de diagnosticar tumores malignos não só pelos sinais clássicos, mas também por sinais indiretos e menos evidentes. Já naquela época populariza o conceito da unidade móvel de mamografia em vans(17).

Em 1976, Frank, Ferris e Steer descrevem sistema de marcação pré-operatória com agulhamento metálico de lesões não palpáveis na mamografia, e em 1980, Kopans e DeLuca exemplificam o sistema aprimorado deste método. Atualmente, as agulhas utilizadas recebem o nome de agulhas de Kopans(18).

Em 1985, László Tabár e colaboradores descrevem os resultados obtidos com rastreamento de 134.867 mulheres entre 40 e 79 anos, a partir de uma única imagem obtida em posicionamento oblíqua-mediolateral, verificando redução de 31% de mortalidade.

Tabár desenvolve incansável operosidade científica, com inúmeras publicações, conferências e cursos. Também promove vários cursos na área de epidemiologia, rastreamento, diagnóstico precoce e estabelece novos conceitos em correlação clínico-radiológico-patológica, com avaliação sistematizada de cortes seccionais de espécimes e achados mamográficos(19). Além dele, numerosos outros radiologistas devotam sua grande experiência ao ensino e divulgação da mamografia. Nesse campo, podemos destacar Eklund, Feig, Logan, Alcon, e Paulus.

MAMOGRAFIA DIGITAL

Em setembro de 1991, sob os auspícios do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, e atendendo ao consenso de especialistas em diagnóstico mamário, fica estabelecida a prioridade de investimentos para o desenvolvimento da mamografia digital.

Já, naquela década, havia um excepcional desenvolvimento de tecnologia digital, em todos os campos da radiologia, incluindo a mamografia.

Em junho de 1996, a Food and Drug Administration (FDA) publica instruções normativas para as empresas interessadas, com orientação quanto aos ensaios clínicos, no sentido de obter aprovação oficial para a comercialização de equipamentos de mamografia digital. A FDA estima que a análise comparativa do estudo de no mínimo 520 mulheres, sendo 260 com achados normais e 260 com achados anormais, seriam suficientes para atingir os parâmetros pré-estabelecidos de avaliação. Estudos complementares são realizados e a análise detalhada do novo sistema confirma sua excelência técnica, principalmente na aquisição, equalização, apresentação e pós-processamento de imagens(14).

Primeiro equipamento digital

A partir de 2000, o Senographe 2000 D é aprovado pela FDA. O equipamento de mamografia digital de aquisição direta é composto por um gerador de raios X com características semelhantes ao do sistema convencional. A grande inovação consiste na introdução de um controlador computadorizado (com controle automatizado de qualidade) e a substituição do sistema filme/écran por um detector eletrônico altamente diferenciado e eficaz na absorção do feixe de raios X.

Atualmente, várias empresas se dedicam ao desenvolvimento e comercialização de mamógrafos digitais, sistemas auxiliares de diagnóstico auxiliar por computação (CAD) e tomossíntese mamária, esta aprovada em 2011 pela FDA.

REFERÊNCIAS
1. Pinheiro DJPC, Elias S, Nazário ACP. Linfonodos axilares em pacientes com câncer de mama: avaliação ultrassonográfica. Radiol Bras. 2014;47:240–4.
2. Badan GM, Roveda Júnior D, Ferreira CAP, et al. Auditoria interna completa do serviço de mamografia em uma instituição de referência em imaginologia mamária. Radiol Bras. 2014;47:74–8.
3. Valentim MH, Monteiro V, Marques JC. Carcinoma neuroendócrino primário da mama: relato de caso e revisão da literatura. Radiol Bras. 2014;47:125–7.
4. Bitencourt AGV, Lima ENP, Chojniak R, et al. Correlação entre resultado do PET/CT e achados histológicos e imuno-histoquímicos em carcinomas mamários. Radiol Bras. 2014;47:67–73.
5. Rodrigues DCN, Freitas-Junior R, Corrêa RS, et al. Avaliação do desempenho dos centros de diagnóstico na classificação dos laudos mamográficos em rastreamento oportunista do Sistema Único de Saúde (SUS). Radiol Bras. 2013;46:149–55. 6. Coeli GNM, Reis HF, Bertinetti DR, et al. Carcinoma mucinoso da mama: ensaio iconográfico com correlação histopatológica. Radiol Bras. 2013;46:242–6.
7. Yamada AM, Melo ALKO, Lopes GP, et al. Edema bilateral das mamas secundário a obstrução da veia cava superior e trombose de veia subclávia. Radiol Bras. 2013;46:252–4.
8. Goto RE, Pires SR, Medeiros RB. Identificação de parâmetros de qualidade de impressão para a garantia da detecção de estruturas presentes na mamografia digital. Radiol Bras. 2013;46:156–62.
9. Rocha RD, Pinto RR, Aquino D, et al. Passo-a-passo da core biópsia de mama guiada por ultrassonografia: revisão e técnica. Radiol Bras. 2013;46:234–41.
10. Pardal RC, Abrantes AFL, Ribeiro LPV, et al. Rastreio de lesões mamárias: estudo comparativo entre a mamografia, ultrassonografia modo-B, elastografia e resultado histológico. Radiol Bras. 2013;46:214–20.
11. Badan GM, Roveda Júnior D, Ferreira CAP, et al. Valores preditivos positivos das categorias 3, 4 e 5 do Breast Imaging Reporting and Data System (BI-RADS®) em lesões mamárias submetidas a biópsia percutânea. Radiol Bras. 2013;46:209–13.Gold RH. The evolution of mammography. Radiol Clin North Am. 1992;30:1–19.
13. Kimme-Smith C. New and future developments in screen-film mammography equipment and techniques. Radiol Clin North Am. 1992;30:55–66.
14. Feig SA. Mammography equipment: principles, features, selection. Radiol Clin North Am. 1987;25:897–911.
15. Leborgne R. Diagnosis of tumors of the breast by simple roentgenography; calcifications in carcinomas. Am J Roentgenol Radium Ther. 1951;65:1–11.
16. Wolfe JN, Albert S, Belle S, et al. Breast parenchymal patterns and their relationship to risk for having or developing carcinoma. Radiol Clin North Am. 1983;21:127–36.
17. Sickles EA. Mammographic features of 300 consecutive nonpalpable breast cancers. AJR Am J Roentgenol. 1986;146:661–3.
18. Kopans DB. Breast imaging. Philadelphia: JB Lippincott; 1989.
19. Tabar L, Fagerberg G, Duffy SW, et al. The Swedish two county trial of mammographic screening for breast cancer: recent results and calculation of benefit. J Epidemiol Community Health. 1989;43:107–14.

 

A história de sucesso da mamografia (parte 1)

Fonte: KALAF, José Michel. Mamografia: uma história de sucesso e de entusiasmo científico. Radiol Bras. 2014 Jul/Ago;47(4):VII–VIII

A avaliação das mamas por métodos de imagem tem sido motivo de uma série de publicações recentes na literatura radiológica nacional. Neste editorial, relatamos a contribuição internacional, os primórdios do estudo mamográfico, uma apaixonante evolução da medicina diagnóstica.

ERA DOS PIONEIROS

Em 1913, Albert Salomon, um cirurgião alemão, publicou sua monografia sobre a utilidade dos estudos radiológicos dos espécimes de mastectomia, demonstrando a possibilidade de correlação anatomorradiológica e patológica das doenças da mama com diferencial de afecções benignas e malignas.

A este, seguiram-se trabalhos de vulto com Kleinschmidt, Warren, Vogel, Seabold, Gerson-Cohen, Leborgne, Egan, Gallagher, Martin, Dodd, Strax, e seus colegas. O intrigante trabalho desenvolvido pela renomada patologista Helen Ingleby, em 1950, incluía avaliação da mama e suas variações de acordo com a idade e estado menstrual, além da correlação radiológica micro e macroscópica com técnica de cortes histológicos seccionais da mama. Em 1949, Raul Leborgne revitaliza o interesse pela mamografia, chamando a atenção sobre a necessidade de qualificação técnica para o posicionamento e parâmetros radiológicos utilizados. Ele foi o pioneiro na melhoria da qualidade da imagem, além de dar ênfase especial ao diagnóstico diferencial entre calcificações benignas e malignas.

Filmes especiais, desenvolvidos pela Kodak, e a técnica de alta miliamperagem, com baixa quilovoltagem, padronizada por Robert Egan conduzem a um novo patamar de qualificação técnica. Em 1962, esse autor relata os primeiros 53 casos de câncer mamário ocultos, detectados em 2.000 exames mamográficos.

Nesta mesma época, John Martin e colegas demonstram que excelentes estudos mamográficos poderiam ser feitos e padronizados em clínicas privadas. Concomitantemente, o Colégio Americano de Radiologia (ACR) estabelece comitês e centros de treinamento em âmbito nacional. Este foi o embrião do Comitê de Mamografia do ACR.

ERA DO PROGRESSO TÉCNICO

A chamada Era do Progresso Técnico tem entre seus maiores contribuintes Gould, Wolfe, Gross, e seus colaboradores. O desenvolvimento da xeromamografia foi o resultado da colaboração entre indústria e medicina. Em 1960, Howard e Gould descrevem o aprimoramento de imagem obtido com a técnica de xeromamografia, e em 1966, John Wolfe apresenta sua grande experiência com o uso de xeromamografia na Quinta Conferência sobre Mamografia, na Universidade de Emory, em Atlanta.

Tamanho foi o interesse que o ACR solicitou à Xerox a instituição de programas de pesquisas avançadas com o método, com novos ensaios clínicos, e com a contribuição de Wolfe, Martin e Gloria Frankl. É importante salientar que já naquela época Wolfe classificava os sinais sutis de câncer mamário e sua relação com a densidade do parênquima mamário.

Em 1965, Charles Gross, de Estrasburgo, França, desenvolve a primeira unidade dedicada à mamografia. Engenhosamente, este aparelho tinha um tubo de raios X de molibdênio com 0,7 mm de ponto focal, proporcionando elevado contraste diferencial entre parênquima, gordura e microcalcificações, e um apropriado sistema de compressão constituía complemento importante. Gross trabalha com grande dedicação, sempre chamando a atenção para o grande potencial da mamografia na detecção de câncer oculto.

A importância do conhecimento sobre radioproteção pelos profissionais da radiologia (Parte 3)

Fonte:  SEARES , Marcelo Costa; FERREIRA, Carlos Alexsandro. A importância do conhecimento sobre radioproteção pelos profissionais da radiologia. CEFET/SC Núcleo de Tecnologia Clínica, Florianópolis, Brasil.

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Formas de radioproteção

A proteção radiológica dos trabalhadores ocupacionalmente expostos à radiação ionizante (Raiosx diagnósticos, Medicina Nuclear, Radioterapia e Odontologia) é essencial para minimizar o surgimento de efeitos deletérios das radiações. As formas de se reduzir a possível exposição dos trabalhadores são: Tempo, Distância e Blindagem.

Tempo de exposição

A redução do tempo de exposição ao mínimo necessário, para uma determinada técnica de exames, é a maneira mais prática para se reduzir a exposição à radiação ionizante. No gerenciamento de um serviço de radiologia, o rodízio dos técnicos durante os procedimentos de radiografia em leito de UTI é uma forma de limitar-se a exposição dos técnicos aos raios-x.

Distância da fonte

Quanto mais distante da fonte de radiação, menor a intensidade do feixe. A intensidade de radiação é proporcional ao inverso do quadrado da distância entre o ponto e a fonte.

Blindagem para pacientes 

A proteção dos pacientes através do uso de acessórios é obrigatória. O protetor de gônadas deve ser usado em pacientes em idade reprodutiva, se a linha das gônadas não estiver próxima do campo primário de irradiação, para que não ocorra interferência no exame. A utilização de saiotes plumbíferos em pacientes submetidos aos raios-x é uma forma barata e eficaz de proteção.

Blindagem das áreas

As barreiras de proteção radiológica devem ser calculadas inicialmente para a exposição primária do feixe de radiação, de radiação espalhada e da radiação de fuga. As salas de raios-x devem ser blindadas com chumbo ou equivalente em barita. Pisos e tetos em concreto podem ser considerados como blindagens, dependendo da espessura da laje, tipo concreto (vazado ou não), distância da fonte, geometria do feixe e fator de ocupação das áreas acima e abaixo da sala de raios-x. O chumbo possui densidade 11,35 g/cm3 , o concreto de 2,2 g/cm3 . A escolha do uso da massa baritada com relação ao lençol de chumbo está em geral relacionada à minimização de custo.

Considerações finais

A radio proteção tem a finalidade precípua de fornecer condições seguras para atividades que envolvam radiações ionizantes. Condições básicas de segurança devem ser observadas no exercício profissional. O presente artigo revisou as primeiras observações até o primeiro relato histórico, feito em 1902, sobre os efeitos biológicos das radiações, passando pelas descobertas realizadas pela radio biologia: os efeitos deletérios das radiações. Baseado nessas descobertas fez-se necessário elaborar princípios de proteção radiológica e desenvolver formas de radio proteção aplicáveis na rotina dos serviços de radiologia.

Cabe ao profissional ter conhecimento pleno do assunto. Este artigo foi elaborado para revisar conhecimentos, reforçando conceitos e pressupostos científicos. Propõese o seu aprofundamento através de revisão de normas e diretrizes relacionadas à radio proteção estabelecidas pela Vigilância Sanitária e CNEN, visto que determinados assuntos deixaram de ser abordados no presente artigo. As diretrizes básicas relacionadas à radio proteção encontram-se na norma NE03.01 do CENEN.

Referências [1] BIRAL, Antônio Renato, Radiações ionizantes para médicos físicos e leigos, Florianópolis: Insular: 2002. [2] DIMENSTEIN, Renato; HORNOS, Yvone M. Mascarenhas, Manual de proteção radiológica aplicada ao radiodiagnóstico, São Paulo: Editora SENAC, 2001.

A importância do conhecimento sobre radioproteção pelos profissionais da radiologia (Parte 2)

Fonte:  SEARES , Marcelo Costa; FERREIRA, Carlos Alexsandro. A importância do conhecimento sobre radioproteção pelos profissionais da radiologia. CEFET/SC Núcleo de Tecnologia Clínica, Florianópolis, Brasil.

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Risco fetal

O risco fetal para mulheres grávidas expostas a radiação depende do período da gestação em que ocorreu a exposição. O resultado mais provável da exposição à radiação durante os dez primeiros dias pós-concepção é a morte uterina prematura. O feto é mais vulnerável a indução de anomalias congênitas pela radiação durante o primeiro trimestre, mais especificamente de 20 a 40 dias após a concepção. Considera-se que, quando o número de células do embrião é pequeno, a probabilidade de efeito é maior, pois a multiplicação celular é mais intensa. A microcefalia induzida pela radiação é o efeito mais provável, quando a exposição ocorre no período gestacional de 50 a 70 dias após a concepção.

No caso de retardo mental e de crescimento, isso ocorre para 70 a 150 dias. O maior efeito após 150 dias é o aumento do risco de malignidades infantis. O risco de anormalidades congênitas é baixo quando a exposição é menor do que 1mGy. Para doses maiores do que 1mGy recebidas pelo feto no segundo ou terceiro trimestre da gravidez, o risco de leucemia pode ser aumentado em mais de 40%. Para doses maiores do que 100mGy aumenta o risco de malformação congênita. Nesse caso considera-se a possibilidades de interrupção de gravidez.

Proteção radiológica

As normas de proteção radiológica, apesar de indicarem valores de limitação da dose, estabelecem o princípio fundamental conhecido como ALARA. No Brasil, as diretrizes básicas referentes à proteção radiológica estão relacionadas na norma do CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) NE-3.01 (Diretrizes Básicas de Radio proteção). Os princípios básicos da proteção radiológica estabelecem condições necessárias para que as atividades operacionais que utilizam radiações ionizantes sejam adotadas em benefício da sociedade, considerando-se a proteção dos trabalhadores, do público, do paciente e do meio ambiente. Esses princípios são Justificativa, Otimização e Limitação de dose. Fazem parte de documentos internacionais nos quais são estabelecidos conceitos atuais de proteção radiológica.

Princípio da justificativa

Onde houver atividade com exposição à radiação ionizante, deve-se justificá-la, levando-se em conta os benefícios advindos. Do ponto de vista médico, esse princípio aplica-se de modo que todo exame radiológico deve ser justificado individualmente, avaliando a necessidade da exposição e as características particulares do indivíduo envolvido. É proibida a exposição que não possa ser justificada, incluindo a exposição às radiações ionizantes com o objetivo único de demonstração, treinamento ou outros fins que contrariem o princípio da justificativa.

Principio da otimização

Toda exposição deve manter o nível mais baixo possível de radiação ionizante. Deve-se planejar rigorosamente as atividades com radiação ionizante, analisando-se em detalhe o que se pretende fazer e como será feito. Nessa análise deve-se estabelecer medidas de proteção necessárias para alcançar o nível de exposição menor possível. A proteção radiológica é otimizada quando as exposições empregam a menor dose possível de radiação, sem que haja perda na qualidade da imagem.

Princípio da limitação da dose

As doses de radiação não devem ser superiores aos limites estabelecidos pelas normas de radio proteção de cada país. Esse princípio aplica-se para limitação de dose nos trabalhadores ocupacionalmente expostos à radiação ionizante para o público em geral. O limite individual de dose para o trabalhador da área de radiações ionizantes é 50 mSv/ano e para o público em geral é de 1mSv/ano. O princípio da limitação da dose não se aplica aos pacientes, pois se considera que possíveis danos causados pelo emprego de radiações ionizantes sejam ultrapassados, em muito, pelo benefício proporcionado.

 

A importância do conhecimento sobre radioproteção pelos profissionais da radiologia (Parte 1)

Fonte:  SEARES , Marcelo Costa; FERREIRA, Carlos Alexsandro. A importância do conhecimento sobre radioproteção pelos profissionais da radiologia. CEFET/SC Núcleo de Tecnologia Clínica, Florianópolis, Brasil.

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Para os profissionais que atuam na área de radiologia médica, é de extrema importância o conhecimento sobre radioproteção. Pacientes, público em geral, meio ambiente e o próprio profissional de radiologia estão sujeitos aos riscos inerentes à radiação ionizante. Para tanto, buscou-se revisar a literatura específica e referenciar pontos essenciais para alcançar o objetivo do presente artigo. Historicamente sabe-se que logo após Wilhelm Conrad Röntgen descobrir os raios-x, em 8 de novembro de 1895, os raios-x foram utilizados também por fotógrafos, até surgirem os seus primeiros efeitos danosos e verificar-se a necessidade de estudos mais profundos sobre os raios de Röntgen. A radiobiologia surgiu para estudar aqueles efeitos, desmistificando e trazendo à luz da ciência os efeitos determinísticos, estocásticos e o risco fetal.

A partir desse conhecimento fez-se necessário criar princípios de proteção radiológica. Já os princípios de radioproteção fornecem diretrizes básicas para as atividades operacionais que utilizam radiação ionizante. São eles: Justificativa, Otimização e Limitação da dose, todos baseados no princípio fundamental conhecido como ALARA acrômio para As Low As reasonable Achievable, que significa: tão baixo quanto possivelmente exequível. Em consonância com esses princípios, desenvolveram-se formas de radioproteção baseadas no Tempo de exposição, Distância da fonte de radiação e Blindagem com a finalidade de reduzir ao máximo os efeitos deletérios da radiação.

Efeitos biológicos da radiação

Em 1895, descobriram-se os raios-X e em 1896, a radioatividade natural. Logo em seguida, ficou evidente que tecidos biológicos eram afetados de maneira danosa pelas radiações ionizantes. Inicialmente, observaram-se danos na pele das mãos dos médicos radiologistas e queda de cabelo de pacientes irradiados. O primeiro relato associando a exposição às radiações à indução de câncer foi publicado em 1902. Logo em seguida, foi descoberto que a irradiação do tecido germinativo de plantas e animais resultava em efeitos nos descendentes. Entretanto, também foram detectados precocemente os benefícios do uso da radiação no diagnóstico e no tratamento médico (cura de tumores). Evidenciou-se a importância do estudo dos efeitos biológicos das radiações ionizantes, a fim de minimizar os seus efeitos prejudiciais no homem e em outras espécies e maximizar os benefícios do seu uso.

Radiobiologia 

Após estudos realizados, verificou-se que moléculas importantes, como o DNA, poderiam ser danificadas pela produção de íons (radicais livres) e deposição da energia. Além disso, foi constatado que a quantidade do dano biológico produzido depende da energia total depositada, ou seja, a dose de radiação. Os efeitos das radiações são descritos através dos estudos de radiobiologia, em que são estabelecidas relações de dose / efeito. Considerando-se que as funções metabólicas ocorrem no citoplasma e as informações genéticas são encontradas no núcleo das células, as radiações podem induzir a quebra da molécula do DNA, ou causar um dano em uma seção dessa molécula, do qual resultará um dano somático no próprio indivíduo ou genético nos seus descendentes.

A molécula de DNA carrega o código necessário para o metabolismo celular, o qual é exatamente duplicado quando a célula se divide. Freqüentemente o dano causado pela radiação é reparado pelas próprias células, que apresentam sistemas de reparo específicos, mediados por enzimas, para diferentes tipos de lesão. Entretanto, quando isso não ocorre, há três alternativas:  morte celular;  incapacidade de reprodução ou  modificação celular permanente, devido à alteração das sequências gênicas responsáveis pelo controle da multiplicação celular normal. A transformação celular é a primeira de uma série de etapas que pode levar a formação de um câncer. As unidades hereditárias (genes) são segmentos da molécula de DNA, que determinam as características das células, portanto, a mudança do código genético (mutação) de células germinativas pode afetar gerações futuras.

Os seres humanos são constituídos de células germinativas, que estão envolvidas na reprodução humana, e de células somáticas. A divisão das células reprodutivas é referida como meiose e a mitose representa a divisão de células somáticas. Os estágios dessa divisão incluem a pró-fase e a metáfase, que são as fases mais sensíveis às radiações. Quando células são submetidas a elevadas taxas de radiação, pode ocorrer a morte celular, definida como a perda da capacidade reprodutiva. As células com hipóxia são mais sensíveis à radiação e, portanto, a medula óssea, o esperma e os tecidos linfáticos são mais sensíveis do que o tecido nervoso. O mecanismo de interação da radiação com a célula pode ser de dois tipos: do tipo direto no DNA ou, mais comumente, o tipo indireto, quando há a formação de radicais livres que ionizam o citoplasma e afetam o DNA.

Efeitos determinísticos

Na maioria dos órgãos e tecidos do corpo há um processo continuo de perda e substituição de células. A radiação aumenta a destruição celular, mas esta pode ser fisiologicamente compensada por um aumento na taxa de reposição, sem maiores conseqüências para o organismo. Quando a redução do numero de células impede a função normal do órgão ou tecido, aparecem os efeitos clínicos. Alguns efeitos são de natureza funcional e podem ser reversíveis (distúrbios glandulares, efeitos neurológicos, danos vasculares). Quando o dano provocado pela exposição à radiação é grande e atinge um tecido vital, o individuo pode morrer. “A imediata relação “causa e efeito”, entre a exposição de um organismo a uma alta dose de radiação ionizante e os sintomas atribuídos à perda das funções de um tecido biológico, caracterizam o que se chama de “efeitos determinísticos”” (BIRAL, 2002, p.121).

Ao menos que a dose de radiação seja muito alta, a maioria das células não morre imediatamente, mas continua funcionando até tentar se dividir. Em tecidos com alta taxa de divisão celular, como os tecidos de revestimento, medula óssea e células germinativas, os danos ao DNA muitas vezes impedem a reposição do tecido lesado. Estes tecidos são os mais afetados apos irradiações agudas, apresentando efeitos precoces. Em tecidos constituídos principalmente por células nervosas, ósseas, tecido muscular e células hepáticas, as divisões celulares são pouco freqüentes e algumas lesões no genoma podem ocorrer sem maiores conseqüências. Nestes tecidos os efeitos determinísticos são observados menos freqüentemente e aparecem mais tardiamente. Por outro lado, tecidos diferenciados apresentam menor grau de recuperação quando seriamente danificados.

Os efeitos determinísticos apresentam um limiar de dose. O efeito é clinicamente observável apenas quando a dose da radiação é acima deste limiar. A magnitude do limiar depende da taxa de dose, do órgão irradiado e do efeito clínico. O intervalo para o aparecimento dos sintomas, sua natureza e severidade também dependem destes fatores, assim como da natureza da radiação. O limiar é diferente entre diferentes indivíduos devido à diferença de sensibilidade entre os mesmos. A probabilidade de ocorrência (números de indivíduos afetados) aumenta rapidamente com doses crescentes, acima do limiar, até que 100% das pessoas expostas apresentem os efeitos.

A severidade do dano é proporcional à dose, a partir do limiar. Por exemplo, os efeitos na pele são: eritema (de 3 a 5 Gy), descamação úmida (20 Gy) e necrose (50Gy). A morte após exposições agudas, não ocorre com doses inferiores a 1 Gy. Outros efeitos determinísticos têm limiares de dose superiores a 0,5Gy. “Para doses maiores do que 0,5 Gy (50 rad) o efeito da radiação é chamado determinístico ou mais comumente, não estocástico. Esse tipo de efeito geralmente resulta na morte celular”. (Dimenstein et al, 2001, p. 63). Para efeitos determinísticos, as principais fontes de informação no homem vêm de estudos sobre os efeitos: colaterais da radioterapia, nos radiologistas pioneiros, das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki e de graves acidentes nucleares. São usadas ainda informações obtidas a partir de estudos com microorganismos, células isoladas crescidas in vitro ou animais.

Funções do Auxiliar de Saúde Bucal (Parte 2)

Fonte: http://blog.cursoasb.com.br/

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Depois da consulta, auxiliar na gestão do consultório

O trabalho de um ASB não termina após o fim do atendimento ao cliente. Ele ainda executa algumas funções a realizar após o cliente ter sido atendido e antes da próxima consulta. Essas funções envolvem:

  • Registrar dados e ter parte nas análises das informações relacionadas ao atendimento do paciente;
  • Executar limpeza, desinfecção e esterilização dos aparelhos odontológicos, do instrumental e do ambiente de trabalho após a consulta;
  • Processar filme radiográfico das consultas.

Essas funções de um Auxiliar de Saúde Bucal contribuem para que o processo de atendimento de um paciente esteja completo e seus dados devidamente arquivados.

Outras funções do Auxiliar de Saúde Bucal

Além de todo esse trabalho, o ASB também realiza algumas funções extras dentro da clínica, que são igualmente importantes.

  • Aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, transporte, manuseio e descarte de produtos utilizados durante o atendimento e resíduos odontológicos;
  • Adotar medidas de biossegurança para o controle de infecções na clínica, minimizando os riscos de infecção do paciente e dos profissionais.

E as responsabilidades não param por aí, o ASB também pode (e deve!) promover ações de promoção da saúde bucal e de prevenção de problemas dentários, como ensinar técnicas de higiene bucal e prevenção de doenças para pacientes ou outros interessados. Ele pode também participar na realização de levantamentos e estudos desenvolvidos na área de odontologia – exceto na categoria de examinador.

Agora que você já sabe quais são as funções de um Auxiliar de Saúde Bucal, pode perceber como ela se tornou uma importante profissão dentro do cenário odontológico.