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Arquivo do mês: setembro 2017

Atenção, Raio-X: entrada restrita. E para quem trabalha lá dentro?

Fonte: http://segurancaocupacionales.com.br/

Por Emily Sobral

Já fiz, durante a vida, inúmeros exames de radiografia, que a gente chamava de “tirar uma chapa”. Como se vê, ao contar esse detalhe, entrego minha idade. Nos prontos socorros, por vezes, os médicos solicitavam o exame para que pudessem dar o diagnóstico sobre meus sintomas físicos. Enquanto aguardava minha vez, costumava ler na sala de espera as placas informando que grávidas devem evitar submeter-se ao Raio-X, por causa da radiação, o que pode prejudicar o bebê em formação. Ali sentada, imaginava: e se a mulher fizer o exame e não souber que está grávida? O que pode acontecer? As especulações duravam o tempo suficiente até a chegada da minha vez ao exame.

Agora, que escrevo diariamente sobre saúde e segurança do trabalho, penso um pouco mais: como deve ser a prevenção do técnico de radiologia, que todos os dias trabalha e fica exposto às radiações ionizantes, ainda que indiretamente? Finalmente, chego ao ponto da proteção radiológica dos trabalhadores, que interessa aos leitores deste blog. Inicialmente, as instituições de assistência à saúde devem informar por escrito aos técnicos de radiologia os valores de dose que, por segurança, devem ser inferiores a 20 mSV (mili Sievert) ao ano. O Sievert  é uma  unidade usada para medir o impacto da radiação sob o corpo humano.  O  prefixo micro está relacionado a uma parte por milhão (1/1.000.000). Nessa faixa de exposição radiológica, não há indicação  para proteger o trabalhador. Também os efeitos cumulativos, nessa faixa de 20 mSV, não causam consequências à saúde. Segundo a legislação, 24 horas semanais deve ser a carga horária de trabalho do técnico. A proteção mais efetiva é a distância da fonte de emissão da radiação. Um aparelho de Raios-X portátil, por exemplo, dentro de uma UTI, em uma distância de 2,5 metros do ser humano, equivale a um biombo de chumbo. As técnicas radiográficas com baixos valores de mAs (miliampère) e s (tempo) reduzem o risco de irradiação aos trabalhadores. Outra maneira de blindagem é por meio de aventais de chumbo ou biombos. O mais adequado à proteção dos técnicos é a utilização de colimadores (instrumento a laser) para a limitação do feixe de Raios-X.

Quanto aos equipamentos de proteção individual, os essenciais são os aventais de chumbo, protetores de tireoide e óculos com equivalência em chumbo. Esses EPIs fornecem uma proteção de 90% em relação à radiação dispersada. Entretanto, todos os anos, os EPIs precisam ser submetidos a teste de totalidade, com a aplicação de Raios-X. Se houver deformação na manta de proteção, o EPI deve ser substituído. A fluoroscopia é indicada para verificar o avental. Em caso de não haver esse recurso, pode-se realizar o teste com o aparelho de Raios-X convencional. Ao numerar os aventais e indicar o local em que são utilizados, a gestão de segurança fica facilitada.

Ainda quanto à prevenção dos riscos, os dosimetros termoluminescentes (TLD) devem ser usados para checar a dose recebida pelo trabalhador.

Entretanto, a prevenção dos riscos aos técnicos de radiologia chama-se treinamento. Periodicamente, as equipes devem ser atualizadas sobre os protocolos de segurança. A calibração dos equipamentos também é importante, já que reduz a repetição do exame. Com relação à ampla gama de equipamentos radiológicos, aí destaco os mamógrafos, a aplicação de testes de controle de qualidade é primordial para que se opere com baixas doses de radiação. As normas de proteção radiológica da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) trouxeram resultados positivos. Assim, ações como a obrigatoriedade de se fazer levantamentos radiométricos nas salas vizinhas às radiológicas, testes de controle de qualidade dos equipamentos, testes de radiação de fuga das ampolas de Raios-X têm possibilitado maior segurança aos trabalhadores e pacientes. Infelizmente, há ainda no País muitas clínicas ortopédicas que utilizam Raios-X, mas não mantêm condições apropriadas à segurança dos profissionais. Nestas, estou fora, não “tiro chapa” de jeito nenhum.

Quimioterapia vs Radioterapia

Fonte: http://www.hipolabor.com.br/

http://i0.wp.com/silviobromberg.com.br/wp-content/uploads/2016/03/img30.jpg?fit=900%2C560

Ao se depararem com um diagnóstico de câncer, os principais tipos de tratamento indicados pelos médicos aos pacientes são a radioterapia e a quimioterapia. Cada um deles utilizado de acordo com as características do tipo de câncer ou tumor, do estágio da doença e do organismo de cada paciente.

Apesar dos nomes muito conhecidos, nem todo mundo conhece as diferenças entre esses dois tratamentos. Por isso, no artigo de hoje vamos explicar melhor sobre cada um deles, suas principais características, como agem no organismo e quais são seus efeitos. Acompanhe!

Radioterapia

Esse é o principal tratamento utilizado em casos onde não há metástase, ou seja, quando o tumor não se espalhou para outras partes do corpo e a doença não chegou à sua fase avançada.

A radioterapia é um método local/regional, feito através de aplicação de radiações ionizantes diretamente no local do tumor, na intenção de erradicar as células tumorais e impedir que elas se reproduzam.

A resposta dos tecidos à radiação varia de acordo com uma série de fatores, como a sensibilidade do tumor, a sua localização e oxigenação. A quantidade de radiação e o tempo de sua administração também são relevantes. Geralmente, a dose total a ser administrada precisa ser fracionada em doses diárias para evitar possíveis danos às células circunvizinhas ao tumor.

Finalidades

O tratamento pode ser radical (curativo), remissivo, profilático, paliativo ou ablativo, sendo considerado bastante eficaz na maioria dos casos, com desaparecimento do tumor, controle da evolução da doença ou mesmo cura total.

Efeitos

Na maioria dos casos, os efeitos das radiações são bem tolerados, mas alguns efeitos colaterais podem ser observados, como cansaço, perda de apetite, dificuldade na ingestão de alimentos e reações na pele como coceira, vermelhidão, irritação ou queimaduras.

Quimioterapia

Esse método utiliza compostos químicos no tratamento da doença, que são aplicados para se misturarem à corrente sanguínea do paciente e destruir células doentes, responsáveis pela formação de tumores, e impedir que elas se espalhem pelo restante do corpo.

A administração dos quimioterápicos pode ser feita de várias formas:

  • Via oral: cápsulas, comprimidos ou líquidos ingeridos pela boca.
  • Intravenosa: injeções aplicadas diretamente na veia ou através de um cateter.
  • Intramuscular: injeções aplicadas no músculo.
  • Subcutânea: injeções aplicadas debaixo da pele.
  • Intracraneal: aplicação no líquor (líquido da espinha dorsal).
  • Tópica: pomada ou líquido aplicada sobre a pele ou mucosa da região afetada.

Finalidades

O tratamento de quimioterapia pode ter diferentes finalidades, como curativa, paliativa, adjuvante, neoadjuvante ou prévia.

Geralmente são utilizadas várias drogas combinadas, com o objetivo de atingir populações celulares de diferentes fases do ciclo celular. Vale ressaltar que os quimioterápicos não atuam apenas nas células tumorais, mas também nas normais. A diferença é que as últimas se renovam constantemente e se recuperam, o que é observado para se definir a periodicidade dos ciclos de administração.

Efeitos

O paciente em tratamento quimioterápico pode manter suas atividades e seguir sua rotina diária, mas alguns efeitos indesejáveis podem ocorrer, como fraqueza, tonteiras e enjoos.

A escolha do tratamento mais adequado depende do estado de saúde do paciente, estágio da doença, a extensão do tumor e sua localização. Em alguns casos, há uma combinação de métodos, como cirurgia, quimioterapia e radioterapia.

Curiosidade: dia da radiologia

Fonte: http://www.sonitec.com.br/

http://www.caema.ma.gov.br/portalcaema/images/stories/08_radiologista.jpg

No dia 8 de novembro é comemorado o Dia Internacional da Radiologia – um dia muito importante na história da medicina. Nessa data, em 1895, o Dr. Wilhelm Conrad Roentgen descobriu os Raios-X, primeiro passo para que se pudesse chegar às imagens médicas modernas e à radioterapia.

A especialidade diagnóstico por imagem analisa imagens obtidas por intermédio de várias fontes de energia e também realiza procedimentos, não só para visualizar o corpo humano com objetivos diagnósticos, mas também para efetuar tratamento em algumas ocasiões e, assim, tem papel importante na saúde de todos os grupos populacionais. É utilizada também para acompanhar a evolução de uma doença durante ou após o tratamento. É uma área muito complexa e, dependendo do contexto, necessita do envolvimento, além do radiologista, de outros profissionais como físicos, engenheiros bionédicos e técnicos.

As imagens médicas são cruciais em todos os campos da medicina e em todos os niveis de cuidados da saúde, tanto na saúde pública e na medicina preventiva como na medicina curativa, pois decisões eficazes dependem de diagnóstico correto. Embora em muitas situações a avaliação clínica possa ser suficiente para o diagnóstico e a instituição do tratamento, o uso da imagem médica é essencial na confirmação e documentação da evolução da doença, bem como na avaliação da resposta ao tratamento.

O uso dos métodos de imagem contribuiu extraordinariamente para o progresso da medicina e tem mostrado importância direta na redução do número de mortes em pacientes com câncer e em pacientes hospitalizados. Estudos mostram que pessoas com acesso a exames de imagem vivem mais do que as que não têm. Exames de imagem também reduzem o número de cirurgias invasivas, internações hospitalares desnecessárias e tempo de permanência hospitalar, reduzindo também custos.

Você sabia que por trás de cada exame de imagem tem um médico cuidando de você? Mesmo que você não o veja, ele está lá, orientando o profissional técnico que executa o exame, verificando a indicação clínica, cuidando para que o exame realizado esteja adequado tecnicamente e depois fazendo sua interpretação ou leitura.

Esse profissional é o médico radiologista ou especialista em diagnóstico por imagem que tem na sua formação profissional os seis anos de medicina e depois cerca de 4 anos de especialização para então estar capacitado a interpretar corretamente as imagens das radiografias simples ou contrastadas, mamografias, densitometrias ósseas, tomografias computadorizadas, ressonâncias magnéticas, etc.

Embora em outros países como os EUA, por exemplo, os exames de ultrassonografia sejam também executados por técnicos e depois interpretados pelo especialista em diagnóstico por imagem, no Brasil os exames são realizados pelo médico especialista. Talvez seja esse o único momento em que você tenha um maior contato com ele. Mas apesar disso, ele está sempre lá, envolvido nos outros tipos de exame.

Agora que se aproxima o Dia Internacional da Radiologia, comemorado no dia 8 de novembro, a Sonitec deseja que os especialistas em diagnóstico por imagem, estas figuras quase invisíveis, possam receber de cada uma das pessoas às quais dedicam tantos anos de estudo e complexa formação, um gesto carinhoso de reconhecimento.

Técnico de Enfermagem

Sobre a profissão

O técnico de enfermagem é responsável por auxiliar o enfermeiro nas ações de promoção, reabilitação, prevenção e recuperação de saúde coletiva ou individual. Além disso, trabalha trabalha tanto em hospitais quanto em clínicas médicas e laboratórios de exames.

Mercado de trabalho

O profissional pode trabalhar tanto em hospitais quanto em clínicas médicas e laboratórios de exames.

A rotina do trabalho

O técnico de enfermagem é responsável por auxiliar o enfermeiro em procedimentos simples, como medição de pressão arterial, diabetes, coletas básicas e afins. Suas funções também são auxiliares no processo de recuperação, como troca de curativos e aplicações simples de medicamentos.

O profissional também precisa realizar check-list diário dos materiais, equipamentos e medicamentos do local onde trabalha, seguindo os padrões, auxiliar a equipe de saúde nos gestos básicos de suporte a vida, auxiliar a equipe nas imobilizações e transporte de vítimas, realizar medidas de reanimação cardiorrespiratória básica e colaborar com médicos e enfermeiros.

Radioterapia

Fonte: http://www.inca.gov.br

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A radioterapia é um método capaz de destruir células tumorais, empregando feixe de radiações ionizantes. Uma dose pré-calculada de radiação é aplicada, em um determinado tempo, a um volume de tecido que engloba o tumor, buscando erradicar todas as células tumorais, com o menor dano possível às células normais circunvizinhas, à custa das quais se fará a regeneração da área irradiada.

As radiações ionizantes são eletromagnéticas ou corpusculares e carregam energia. Ao interagirem com os tecidos, dão origem a elétrons rápidos que ionizam o meio e criam efeitos químicos como a hidrólise da água e a ruptura das cadeias de ADN. A morte celular pode ocorrer então por variados mecanismos, desde a inativação de sistemas vitais para a célula até sua incapacidade de reprodução.

A resposta dos tecidos às radiações depende de diversos fatores, tais como a sensibilidade do tumor à radiação, sua localização e oxigenação, assim como a qualidade e a quantidade da radiação e o tempo total em que ela é administrada.

Para que o efeito biológico atinja maior número de células neoplásicas e a tolerância dos tecidos normais seja respeitada, a dose total de radiação a ser administrada é habitualmente fracionada em doses diárias iguais, quando se usa a terapia externa.

Radiossensibilidade e radiocurabilidade
A velocidade da regressão tumoral representa o grau de sensibilidade que o tumor apresenta às radiações. Depende fundamentalmente da sua origem celular, do seu grau de diferenciação, da oxigenação e da forma clínica de apresentação. A maioria dos tumores radiossensíveis são radiocuráveis. Entretanto, alguns se disseminam independentemente do controle local; outros apresentam sensibilidade tão próxima à dos tecidos normais, que esta impede a aplicação da dose de erradicação. A curabilidade local só é atingida quando a dose de radiação aplicada é letal para todas as células tumorais, mas não ultrapassa a tolerância dos tecidos normais.

Indicações da radioterapia
Como a radioterapia é um método de tratamento local e/ou regional, pode ser indicada de forma exclusiva ou associada aos outros métodos terapêuticos. Em combinação com a cirurgia, poderá ser pré-, per- ou pós-operatória. Também pode ser indicada antes, durante ou logo após a quimioterapia.

A radioterapia pode ser radical (ou curativa), quando se busca a cura total do tumor; remissiva, quando o objetivo é apenas a redução tumoral; profilática, quando se trata a doença em fase subclínica, isto é, não há volume tumoral presente, mas possíveis células neoplásicas dispersas; paliativa, quando se busca a remissão de sintomas tais como dor intensa, sangramento e compressão de órgãos; e ablativa, quando se administra a radiação para suprimir a função de um órgão, como, por exemplo, o ovário, para se obter a castração actínica.

Fontes de energia e suas aplicações
São várias as fontes de energia utilizadas na radioterapia. Há aparelhos que geram radiação a partir da energia elétrica, liberando raios X e elétrons, ou a partir de fontes de isótopo radioativo, como, por exemplo, pastilhas de cobalto, as quais geram raios gama. Esses aparelhos são usados como fontes externas, mantendo distâncias da pele que variam de 1 centímetro a 1 metro (teleterapia). Estas técnicas constituem a radioterapia clínica e se prestam para tratamento de lesões superficiais, semiprofundas ou profundas, dependendo da qualidade da radiação gerada pelo equipamento.

Os isótopos radioativos (cobalto, césio, irídio etc.) ou sais de rádio são utilizados sob a forma de tubos, agulhas, fios, sementes ou placas e geram radiações, habitualmente gama, de diferentes energias, dependendo do elemento radioativo empregado. São aplicados, na maior parte das vezes, de forma intersticial ou intracavitária, constituindo-se na radioterapia cirúrgica, também conhecida por braquiterapia.

Efeitos adversos da radioterapia
Normalmente, os efeitos das radiações são bem tolerados, desde que sejam respeitados os princípios de dose total de tratamento e a aplicação fracionada.

Os efeitos colaterais podem ser classificados em imediatos e tardios.

Os efeitos imediatos são observados nos tecidos que apresentam maior capacidade proliferativa, como as gônadas, a epiderme, as mucosas dos tratos digestivo, urinário e genital, e a medula óssea. Eles ocorrem somente se estes tecidos estiverem incluídos no campo de irradiação e podem ser potencializados pela administração simultânea de quimioterápicos. Manifestam-se clinicamente por anovulação ou azoospermia, epitelites, mucosites e mielodepressão (leucopenia e plaquetopenia) e devem ser tratados sintomaticamente, pois geralmente são bem tolerados e reversíveis.

Os efeitos tardios são raros e ocorrem quando as doses de tolerância dos tecidos normais são ultrapassadas. Os efeitos tardios manifestam-se por atrofias e fibroses. As alterações de caráter genético e o desenvolvimento de outros tumores malignos são raramente observados.

Todos os tecidos podem ser afetados, em graus variados, pelas radiações. Normalmente, os efeitos se relacionam com a dose total absorvida e com o fracionamento utilizado. A cirurgia e a quimioterapia podem contribuir para o agravamento destes efeitos.