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Arquivo do mês: agosto 2017

IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM EM UMA UNIDADE DE RADIOTERAPIA: ELABORAÇÃO DE INSTRUMENTO PARA REGISTRO (Parte 2)

Fonte: Vaz AF, Macedo DD, Montagnoli ETL, Lopes MHBM, Grion RC. Implementação do processo de enfermagem em uma unidade de radioterapia: elaboração de instrumento para registro. Rev Latino-am Enfermagem 2002 maio-junho; 10(3):288-97.

CONCLUSÕES
As fichas elaboradas têm facilitado a implantação do processo de enfermagem no ambulatório de radioterapia, apesar das dificuldades para a sua elaboração, as quais exigiram empenho, reuniões constantes e revisão da literatura pertinente. Com o seu uso, será possível o registro ordenado e conciso dos dados e a recuperação rápida de informações importantes para o planejamento e avaliação da assistência prestada.

Pretendemos avaliar a adequação do seu uso nas consultas de enfermagem por meio da análise retrospectiva dos prontuários e, futuramente, realizar pesquisas sobre os diagnósticos e problemas colaborativos mais frequentes a fim de elaborar protocolos de assistência de enfermagem em radioterapia.

Acredita-se que essa experiência foi válida não apenas para o hospital em questão, visto que se pretende reproduzi-la em outros ambulatórios, como o de quimioterapia, e também para outras instituições de saúde onde, devido à alta demanda, há necessidade de se lançar mão de instrumentos que facilitem tanto o registro como a recuperação de dados, visando à assistência de enfermagem autônoma, visível e de qualidade.

IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM EM UMA UNIDADE DE RADIOTERAPIA: ELABORAÇÃO DE INSTRUMENTO PARA REGISTRO (Parte 1)

Fonte: Vaz AF, Macedo DD, Montagnoli ETL, Lopes MHBM, Grion RC. Implementação do processo de enfermagem em uma unidade de radioterapia: elaboração de instrumento para registro. Rev Latino-am Enfermagem 2002 maio-junho; 10(3):288-97.

INTRODUÇÃO
Embora haja certa unanimidade em se considerar que o processo de enfermagem pode contribuir para a prática de enfermagem mais autônoma e com bases científicas, em nosso meio, poucas instituições o adotam e, quando o fazem, não consideram uma etapa importante do processo que é a conclusão da análise dos dados coletados, isto é, a fase diagnóstica.
Um dos motivos apontados é a resistência das enfermeiras em adotar esse método de trabalho e terminologias novas, o que acaba por influenciar toda a equipe de enfermagem. A resistência é ainda maior quando são utilizadas nomenclaturas diferentes das empregadas pela equipe de saúde, na tentativa de mudar a ênfase na função ou disfunção de um sistema orgânico específico (focus do diagnóstico médico) para a resposta do indivíduo ao problema de saúde (focus do diagnóstico de enfermagem).

“Muito frequentemente, os que se opõem aos diagnósticos de enfermagem exercem sua prática de modo isolado, como promotores primários de atendimento, não vendo necessidade dos diagnósticos em seu relacionamento enfermeiro-cliente. Se eles participam de intervenções terapêuticas, participam do tratamento dos fenômenos. Não
vêem necessidade de diagnósticos, embora necessitem analisar respostas que os dirigem para futuras intervenções. Se intervir não é parte do relacionamento enfermeiro-cliente, então, talvez não exista esse relacionamento. A enfermagem ajuda, ativamente, os clientes, as famílias ou as comunidades a reduzir ou eliminar problemas, a reduzir fatores de risco, a prevenir os problemas, e a promover estilos de vida mais saudáveis.

Os diagnósticos de enfermagem proporcionam à enfermagem uma estrutura para a organização de sua ciência. É, no
entanto, responsabilidade individual de cada enfermeira a aplicação do diagnóstico de enfermagem com cautela e cuidado”.

O Centro de Assistência Integral à Saúde da Mulher (CAISM), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da cidade de Campinas, SP, Brasil, é um hospital com cerca de 150 leitos, voltado para o atendimento em quatro diferentes especialidades: Ginecologia, Obstetrícia, Oncologia Ginecológica e Neonatologia. Desde 1991, o Programa de Educação Continuada tem promovido o estudo e discussão dos diagnósticos de enfermagem de acordo com a taxionomia da North American Nursing Diagnosis Association (Associação Norte-Americana dos Diagnósticos de
Enfermagem – NANDA), sendo que o primeiro serviço a implantar o processo de enfermagem, utilizando a classificação diagnóstica da NANDA, foi o de Neonatologia.

A partir de 1993, a Divisão de Enfermagem do CAISM, no planejamento de suas atividades bienais, considerou como uma das metas a implantação do processo de enfermagem. No entanto, foi em fevereiro de 1997 que ela passou a ser considerada prioritária e se iniciou um movimento para a sua implantação em todas as unidades Um dos locais onde as enfermeiras interessaram-se em implantar o processo, utilizando a taxionomia da NANDA e os problemas colaborativos(3), foi a Seção de Radioterapia (ambulatório). O objetivo da assistência de enfermagem nessa Seção é
identificar e monitorar os efeitos colaterais da radioterapia e complicações decorrentes da própria doença,  desenvolvendo ações educativas de promoção, prevenção e tratamento. Na Seção de Radioterapia, existiam
várias intervenções específicas realizadas pela enfermeira, mas, em virtude da alta demanda de atendimento, os registros dispendiam muito tempo, uma vez que eram realizados de forma descritiva. Por esse motivo, houve interesse em iniciar o processo de enfermagem nesse local, a fim de elaborar um plano assistencial específico e organizar o registro dos dados. Para isso, após um processo de capacitação das enfermeiras, foram elaborados impressos para a coleta e registro dos dados, que são apresentados e discutidos neste artigo.

55º Congresso do Hospital Universitário Pedro Ernesto – HUPE/UERJ “Além do Hospital de Ensino: a Universidade Pública na construção de um SUS mais justo”

Data: 22 a 25/08/2017 Terça a Sexta
Horário: 8:00 horas
Local: Hospital Universitário Pedro Ernesto-HUPE/UERJ
Boulevard 28 de Setembro, 77
Vila Isabel – Rio de Janeiro-RJ
Investimento:
Profissionais de nível médio, residentes e alunos da UERJ e de outras instituições
R$ 40,00 Até 10/07/2017
R$ 60,00 Até 10/08/2017
R$ 100,00 Até 18/08/2017
Alunos cotistas da UERJ (Inscrição condicionada à comprovação)
R$ 20,00 Até 10/07/2017
R$ 30,00 Até 10/08/2017
R$ 50,00 Até 18/08/2017
Profissionais de nível superior da UERJ e de outras instituições
R$ 60,00 Até 10/07/2017
R$ 80,00 Até 10/08/2017
R$ 120,00 Até 18/08/2017
Inscrições:
Hospital Universitário Pedro Ernesto-HUPE/UERJ
Website: congresso.hupe.uerj.br

Histórico da radiologia

Wilhelm Conrad Roentgen

A história da Radiologia começou em 1895 com a descoberta experimental dos raios-X pelo físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen. À época as aplicações médicas desta descoberta revolucionaram a medicina, pois havia se tornado possível a visão do interior dos pacientes. Com o passar dos anos, este método evoluiu e assumiu uma abrangência universal na pesquisa diagnóstica do ser humano.

A primeira radiografia foi realizada em 22 de dezembro de 1895. Neste dia, Roentgen pôs a mão esquerda de sua esposa Anna Bertha Roentgen no chassi, com filme fotográfico, fazendo incidir a radiação oriunda do tubo por cerca de 15 minutos. Revelado o filme, lá estavam, para confirmação de suas observações, a figura da mão de sua esposa e seus ossos dentro das partes moles menos densas.

No Brasil, a primeira radiografia realizada foi em 1896. A primazia é disputada por vários pesquisadores: SILVA RAMOS, em São Paulo; FRANCISCO PEREIRA NEVES, no Rio de Janeiro; ALFREDO BRITO, na Bahia; e físicos do Pará. Como a história não relata dia e mês, conclui-se que as diferenças cronológicas sejam muito pequenas.

 

Fonte: sociedade paulista de radiologia e imagem

A história de sucesso da mamografia (parte 2)

Fonte: KALAF, José Michel. Mamografia: uma história de sucesso e de entusiasmo científico. Radiol Bras. 2014 Jul/Ago;47(4):VII–VIII

ERA MODERNA

A Era Moderna, como ficou conhecida, conta com a contribuição de Price, Butler, Ostrum, Becker, Isard, Moskowitz, Sickles, Kopans, Homer, Tabár, e seus colaboradores, entre outros.

Em 1970, Price e Butler, utilizando écrans de alta definição e filmes industriais, obtêm grande sucesso na redução dos níveis de radiação. Neste aspecto, as empresas Kodak e a Dupont são responsáveis pela grande contribuição técnica.

Em 1974, Myron Moskowitz e seus colaboradores apresentam resultados preliminares sobre rastreamento mamográfico e chamam a atenção da comunidade médica a respeito da capacidade da mamografia em diagnosticar câncer minimante invasivo.

Em 1977, Sickles, Kunio Doi e Genant publicam os resultados sobre magnificação mamográfica, enfatizando a necessidade de adição permanente de novos dispositivos nos aparelhos de mamografia, tamanha a sua importância. Sickles insiste na capacitação técnica e no constante aprimoramento. Enfatiza a necessidade de diagnosticar tumores malignos não só pelos sinais clássicos, mas também por sinais indiretos e menos evidentes. Já naquela época populariza o conceito da unidade móvel de mamografia em vans(17).

Em 1976, Frank, Ferris e Steer descrevem sistema de marcação pré-operatória com agulhamento metálico de lesões não palpáveis na mamografia, e em 1980, Kopans e DeLuca exemplificam o sistema aprimorado deste método. Atualmente, as agulhas utilizadas recebem o nome de agulhas de Kopans(18).

Em 1985, László Tabár e colaboradores descrevem os resultados obtidos com rastreamento de 134.867 mulheres entre 40 e 79 anos, a partir de uma única imagem obtida em posicionamento oblíqua-mediolateral, verificando redução de 31% de mortalidade.

Tabár desenvolve incansável operosidade científica, com inúmeras publicações, conferências e cursos. Também promove vários cursos na área de epidemiologia, rastreamento, diagnóstico precoce e estabelece novos conceitos em correlação clínico-radiológico-patológica, com avaliação sistematizada de cortes seccionais de espécimes e achados mamográficos(19). Além dele, numerosos outros radiologistas devotam sua grande experiência ao ensino e divulgação da mamografia. Nesse campo, podemos destacar Eklund, Feig, Logan, Alcon, e Paulus.

MAMOGRAFIA DIGITAL

Em setembro de 1991, sob os auspícios do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, e atendendo ao consenso de especialistas em diagnóstico mamário, fica estabelecida a prioridade de investimentos para o desenvolvimento da mamografia digital.

Já, naquela década, havia um excepcional desenvolvimento de tecnologia digital, em todos os campos da radiologia, incluindo a mamografia.

Em junho de 1996, a Food and Drug Administration (FDA) publica instruções normativas para as empresas interessadas, com orientação quanto aos ensaios clínicos, no sentido de obter aprovação oficial para a comercialização de equipamentos de mamografia digital. A FDA estima que a análise comparativa do estudo de no mínimo 520 mulheres, sendo 260 com achados normais e 260 com achados anormais, seriam suficientes para atingir os parâmetros pré-estabelecidos de avaliação. Estudos complementares são realizados e a análise detalhada do novo sistema confirma sua excelência técnica, principalmente na aquisição, equalização, apresentação e pós-processamento de imagens(14).

Primeiro equipamento digital

A partir de 2000, o Senographe 2000 D é aprovado pela FDA. O equipamento de mamografia digital de aquisição direta é composto por um gerador de raios X com características semelhantes ao do sistema convencional. A grande inovação consiste na introdução de um controlador computadorizado (com controle automatizado de qualidade) e a substituição do sistema filme/écran por um detector eletrônico altamente diferenciado e eficaz na absorção do feixe de raios X.

Atualmente, várias empresas se dedicam ao desenvolvimento e comercialização de mamógrafos digitais, sistemas auxiliares de diagnóstico auxiliar por computação (CAD) e tomossíntese mamária, esta aprovada em 2011 pela FDA.

REFERÊNCIAS
1. Pinheiro DJPC, Elias S, Nazário ACP. Linfonodos axilares em pacientes com câncer de mama: avaliação ultrassonográfica. Radiol Bras. 2014;47:240–4.
2. Badan GM, Roveda Júnior D, Ferreira CAP, et al. Auditoria interna completa do serviço de mamografia em uma instituição de referência em imaginologia mamária. Radiol Bras. 2014;47:74–8.
3. Valentim MH, Monteiro V, Marques JC. Carcinoma neuroendócrino primário da mama: relato de caso e revisão da literatura. Radiol Bras. 2014;47:125–7.
4. Bitencourt AGV, Lima ENP, Chojniak R, et al. Correlação entre resultado do PET/CT e achados histológicos e imuno-histoquímicos em carcinomas mamários. Radiol Bras. 2014;47:67–73.
5. Rodrigues DCN, Freitas-Junior R, Corrêa RS, et al. Avaliação do desempenho dos centros de diagnóstico na classificação dos laudos mamográficos em rastreamento oportunista do Sistema Único de Saúde (SUS). Radiol Bras. 2013;46:149–55. 6. Coeli GNM, Reis HF, Bertinetti DR, et al. Carcinoma mucinoso da mama: ensaio iconográfico com correlação histopatológica. Radiol Bras. 2013;46:242–6.
7. Yamada AM, Melo ALKO, Lopes GP, et al. Edema bilateral das mamas secundário a obstrução da veia cava superior e trombose de veia subclávia. Radiol Bras. 2013;46:252–4.
8. Goto RE, Pires SR, Medeiros RB. Identificação de parâmetros de qualidade de impressão para a garantia da detecção de estruturas presentes na mamografia digital. Radiol Bras. 2013;46:156–62.
9. Rocha RD, Pinto RR, Aquino D, et al. Passo-a-passo da core biópsia de mama guiada por ultrassonografia: revisão e técnica. Radiol Bras. 2013;46:234–41.
10. Pardal RC, Abrantes AFL, Ribeiro LPV, et al. Rastreio de lesões mamárias: estudo comparativo entre a mamografia, ultrassonografia modo-B, elastografia e resultado histológico. Radiol Bras. 2013;46:214–20.
11. Badan GM, Roveda Júnior D, Ferreira CAP, et al. Valores preditivos positivos das categorias 3, 4 e 5 do Breast Imaging Reporting and Data System (BI-RADS®) em lesões mamárias submetidas a biópsia percutânea. Radiol Bras. 2013;46:209–13.Gold RH. The evolution of mammography. Radiol Clin North Am. 1992;30:1–19.
13. Kimme-Smith C. New and future developments in screen-film mammography equipment and techniques. Radiol Clin North Am. 1992;30:55–66.
14. Feig SA. Mammography equipment: principles, features, selection. Radiol Clin North Am. 1987;25:897–911.
15. Leborgne R. Diagnosis of tumors of the breast by simple roentgenography; calcifications in carcinomas. Am J Roentgenol Radium Ther. 1951;65:1–11.
16. Wolfe JN, Albert S, Belle S, et al. Breast parenchymal patterns and their relationship to risk for having or developing carcinoma. Radiol Clin North Am. 1983;21:127–36.
17. Sickles EA. Mammographic features of 300 consecutive nonpalpable breast cancers. AJR Am J Roentgenol. 1986;146:661–3.
18. Kopans DB. Breast imaging. Philadelphia: JB Lippincott; 1989.
19. Tabar L, Fagerberg G, Duffy SW, et al. The Swedish two county trial of mammographic screening for breast cancer: recent results and calculation of benefit. J Epidemiol Community Health. 1989;43:107–14.